sexta-feira, 14 de junho de 2024

Cantaria e suas pedras

 


 

 

 






 

 

As pedras de cantaria

estão surdas e mudas.

Ainda ouço o tambor de crioula

que me embalava nas noites brancas.

Não posso viver

– viver é uma palavra perigosa,

tem muita visão do passado

e do infinitivo

que é parente do eterno –

no efêmero.

Penso nas ladeiras

de minha terra

que são uma metáfora da vida.

Nos cantos e becos

que são auditivos e sem saída.

Um dia viverei

numa cidade sem ruas

– labirintos da alma –,

sem praças – a festa coletiva –,

sem casas – úteros de alvenaria.

Estarei então morto

– uma cidade sem homens.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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