segunda-feira, 3 de junho de 2024

Rio de ferro, poema

 


 

 


 

 

 

Vai o rio de ferro

com os peixes sentados.

Os leitos férreos

até sobem montanhas.

 

São sempre perenes

e não sofrem com seca

ou a inundação dos ferros.

Jamais chegam ao mar,

mas despacham seus peixes

nas estações da margem.

Também carregam minérios

ou grãos em seu leito de ferro

 – dois dormentes sempre acordados –

e seguem em frente obcecados

como o louco por sua loucura

e o ímã pela sua limalha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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