Há muitos desertos
em um só deserto.
Mexeremos nos passos do metro
e alargaremos
a vista áspera em direção
aos silêncios laminados,
com duplo corte:
de um lado o rosto do desconhecido,
de outro o caminho feito de trincheiras.
Toda solidão é um deserto,
mas nem todo deserto é vazio:
nele há miragens redundantes e sólidas,
o esboço do abismo horizontal,
o precipício das vertigens
e o pensamento recorrentes dos répteis.
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