sábado, 22 de janeiro de 2022

Viagem, poema RCF


 Vivian Maier, la belleza de lo cotidiano.

 

 

 Trago na boca

a pastilha do freio.

Um gole de silêncio,

um acelerador de paradas proibidas.

Navego o mesmo corpo

preso entre margens.

As estradas são rios duros.

 

A saliva espuma

a língua morta:

gastar o meu latim

borbulha declinações.

 

Os lábios, por sua vez, destilam

a cevada dos desfiladeiros.

 

A baixada sobe

à cabeça

e dá a dose de minha platitude.


Nenhum comentário:

Postar um comentário