A razão, reta em seu esquadro,
calçada com as botas do cálculo,
e
a geometria das certezas,
visitou-me
ao sol da meia-noite.
Arguiu-me
sobre minha temperança.
Antes
da resposta,
pairou
exata,
exalou
a matemática da lucidez
e
vangloriou-se
da
física de suas poucas paixões.
A
madrugada das palavras
alvorecia
algumas velas
que
se consumiam
na
cera indecisa do bruxuleio.
A
raiva,
que
não se contabiliza
na
acuidade,
tomou
súbito a razão.
Rogou-me
a praga
da
literatura
a
fim de que padecesse
o
engano dos ingênuos
e insanidade dos crédulos.
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