Conversarei com o tempo
que tem língua solta.
Dialogarei com os mortos
que têm a língua presa.
Buscarei as mãos
que falam pelos cotovelos.
Alimentarei a conversa
com os doentes
que têm papas na língua.
E, se ninguém me ouvir,
falarei aos ventos
que, como rádio,
falam sozinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário