quinta-feira, 20 de abril de 2023

O último pio, poema em português e italiano traduzido por Manuela Colombo

 

O último pio

Um dia meu tio inventou
de morar no sótão
do pensamento lá dele.
E se refugiou menino
na memória cheia de pios
em que vivia na gaiola da infância.
Desce daí da memória,
a gente pedia
e meu tio insistia
em cantar sabiá
entre as grades finas da tristeza.
Até que voou para onde não há canto
ou asa e tudo é gaiola vazia.
Quando ando triste
subo ao galho mais alto
da insensatez
e tento cantar
em linguagem de pássaro.
Rejeito o alpiste da razão
— miúdo e aglomerado —
este que se dá aos melancólicos
engaiolados pela solidão.
 
Translation

L’ultimo pigolio

Un giorno mio zio s’immaginò
di abitare nella soffitta
del suo pensiero.
E si rifugiò bambino
nella memoria piena di pigolii
in cui viveva nella gabbia dell’infanzia.
Scendi dalla memoria,
lo pregavamo
e mio zio insisteva
nel cantare come un tordo
tra le sottili sbarre della tristezza.
Finché volò laggiù ove non v’è canto
o ali e tutto è gabbia vuota.
Quando mi sento triste
salgo sul ramo più alto
della sventatezza
e tento di cantare
nella lingua del passero.
Rifiuto il mangime della ragione
— minuscolo e agglomerato —
quello che si dà ai malinconici
ingabbiati nella solitudine.
 
https://lyricstranslate.com/en/o-ultimo-pio-lultimo-pigolio.html

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