O
poeta é um almoxarife
que
vai pegar nas prateleiras
de
vozes
as
resmas do presente,
os
acumulados do tempo
e
as dúzias de sentimento
para
escrever
os
versos na tinta dolorida
das
ideias ainda em forma
de
caixas atrás de uma porta invisível.
Depois
virá a manhã,
que
é outro almoxarifado
de
vertigens,
onde
estão armazenadas
as
caixas de pandora
que
são a vida de cada um.
E
virá a noite
que
mantém as luzes das perdas
acesas
no quarto vazio
em
que se transformou o coração vadio
e
faz da imaginação
um
almoxarifado
de
rostos desfeitos
pela
bruma do remorso
ou
pela miséria da razão.
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