segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Colmeia, poema

 


 


 

 

 

 

As abelhas operárias

nada sabem da luta de classes

e por isso ficam obedecendo à rainha.

 

Não sei quem compõe

o lúpen proletariado

– o exército de reserva do capitalismo –

nos favos de mel.

 

Não há criação

onde as abelhas apertam

os parafusos das fábricas das colmeias.

 

Assim o poeta operário

preso à colmeia do trabalho,

ao ferrão das horas,

com chefes zangões

que lhes roubam o doce

das flores

que fabricam escondidos

o favo de mel das palavras.

God don’t save the queen.

 

 

 

 

 

 

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