Um
susto redemoinha meus dias,
uma
correnteza carrega meus pés
num
chão de água.
Sou
uma cabeça que ora boia,
ora submerge
aos tropeços.
Ando
numa ciranda de águas.
A
profundidade das calçadas
ameaça
minhas margens.
Minhas
pernas flutuam o acaso,
que
é sempre súbito
e enforca
meus dias.
Tento
colocar a cabeça para fora
nessa
ressaca de lutos.
Complicado
se equilibrar
num
meio fio.
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