domingo, 4 de agosto de 2024

O susto e o redemoinho, poema

 


 




 

 

 

 

Um susto redemoinha meus dias,

uma correnteza carrega meus pés

num chão de água.

Sou uma cabeça que ora boia,

ora submerge aos tropeços.

Ando numa ciranda de águas.

A profundidade das calçadas

ameaça minhas margens.

Minhas pernas flutuam o acaso,

que é sempre súbito

e enforca meus dias.

Tento colocar a cabeça para fora

nessa ressaca de lutos.

Complicado se equilibrar

num meio fio.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário