o inimigo, nem quando virá, se é doce ou rude,
que rosto tem, se rosto há, onde se esconde,
quando nos afrontará e que armas usará,
se armas usa, ou se a luta outro método utilizará.
Que guerra é essa que se oferece à luz da pouca razão,
que me põe na arena de pluma da perda
e me escolhe a lâmina de distúrbio que me atravessará
sem que me destrua ou divida, embora seja vítima e trespassado
pela dor de existir sem existir os que em mim existiram
e em mim existirão e só com o tempo,
que tem navalha e laqueadura,
possa remediar o que remédio
algum cura, dá sossego ou faz viver.
(do livro Memória dos porcos. Rio: 7Letras, 2012)
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