A ferrugem se alimenta
daquilo que, findo,
também será o seu fim.
A vela é outra espécie
de combustão que se
consome enquanto vive.
Ou se consumindo
é que tem luz e vida.
O fogo se nutre
do que queima,
mas o fogo goza
com o fato de imolar-se
e, na imolação,
ter vida curta
embora brilhante.
O poeta também se alimenta
daquilo que o consome
e brilha por um instante
com o que se imola
e, se mais tarde não o reconhecem,
tudo será resto ferruginoso,
monte inútil de cinza,
pouco de cera sem pavio.
(do livro A máquina das mãos, 2009)
imagem retirada da internet: frida khalo
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