empoeirado, em desuso,
que está numa prateleira
no alto que não se alcança,
há muitos anos adormecido
na contabilidade da loja.
Busco o estranho objeto
que um dia fugaz vislumbrei
no bricabraque dos tempos,
escondido dos olhos utilitários
e das mãos ávidas do hoje.
E lá encontro, depois de busca
inquietante, o objeto que a mim
se denuncia e, sob a capa do limo,
ressurge tosco e embrutecido:
é o sublime que se delata
e logo escapa das minhas mãos
excitadas e no chão se arruína.
(O difícil exercício das cinzas. 2014)
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