terça-feira, 5 de março de 2024

Cine Éden, poema RCF



No cine Éden, hollywood da Rua Grande,
a leste de coisa alguma,
o mundo tinha a dimensão de
seis metros estirados de pano.

As janelas abertas deixavam ver o céu
como se fosse a tela e os astros
representassem piscando os olhinhos
de gás das estrelas.

Cleópatra se sentava na cadeira de madeira
depois de servir o jantar aos patrões.
E Marco Antônio,
o filho da puta do Marco Antônio,
tinha as mãos calosas de pedreiro.

Ó tempo das imagens fugidias,
o mundo como um grande rolo,
a lata de lixo da História
estava cheia de papel amassado dos bombons Pippers.
Que viveremos nós depois do
the end da História?


( Eterno passageiro, Ed. Varanda, 2004)



3 comentários:

  1. explendido figoroso e sensivel.....nem rimbaud se atreveria escrever algo assim como faço para comprar todos seus livros urgente estou no aguarde!!!!!

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  2. parabéns Ronaldo costa fernandes....lima barreto está feliz onde esteja!!!!!

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    Respostas
    1. Obrigado pela leitura e comentários. Exagerado me comparar ao genial Rimbaud e Lima Barreto. Sou apenas um escritor mediano que escreve para poucos.
      Abraços
      Ronaldo

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