Uma encruzilhada abre seus braços
de perguntas e o caminho se oferece
como uma cruz errante.
Os olhos tristes são dois naufrágios.
Ó, escadas
que tornam ácido o verbo ascender.
Gira a espoleta do sol
e nos queima a paz do espírito,
tiro profundo na água do desterro.
Visitarei as fotografias,
janelas abertas,
onde as pessoas se assomam e nos olham.
(do livro Matadouro de vozes, 2018)
(rebecca dautramer)
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