quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Obscuro, poema RCF








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Uma encruzilhada abre seus braços 
de perguntas e o caminho se oferece
como uma cruz errante.

Os olhos tristes são dois naufrágios.
Ó, escadas 
que tornam ácido o verbo ascender.
Gira a espoleta do sol 
e nos queima a paz do espírito,
tiro profundo na água do desterro.
Visitarei as fotografias, 
janelas abertas, 
onde as pessoas se assomam e nos olham.




(do livro Matadouro de vozes, 2018)

(rebecca dautramer)










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