Todas as informações do mundo desabam
sobre mim.
Minha caixa postal tem o código do mundo
e notícias dramáticas como telegrama
digitam o horror em imagens viscosas.
Todo o mundo cabe nos meus dedos
e meu coração está engordurado
de vítimas tensas.
Os arabescos das minhas mesquitas
de equívocos,
os traços telegráficos
da minha sinagoga de descrenças.
Leitor de mim, não me noticio,
não me informo,
três
vezes execrado
em
todas as línguas escravas
escondido
entre as teclas mulçumanas
da
minha pequenez
que
sempre me lê ao revés.
(do livro Matadouro de vozes. Rio: 7Letras, 2018)
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