Submeto-me
ao sentimento de pertencer
a
duas espécies distintas:
o
homem que submerge
e
outro sufocado de ar.
Não
sei se ando enforcado
ou
se mergulho em mim,
onde
só há água revolta,
profundidades
obscuras
e
peixes que jamais
viram
a luz do sol.
Meu
nado
é
um verbo para nada.
Atravesso
de uma margem
a
outra o rio subterrâneo
dos
meus lençóis d’água.
Afogo-me
na época da seca
no
pó dos caminhos errados
e
na aridez dos convívios,
no
leito vazio,
na
poeira do tempo.
As
piscinas
são
metonímias
de
represa,
sem
o perigo
das
comportas,
que
oprimem, cessam,
coalham,
interrompem
a natureza
dos
rios,
sugerem a queda
manipulada e autoritária.
Sei
dos meus rios,
das
minhas piscinas
de
interrupções e
redundâncias,
da
pasmaceira
de
pensamentos redundantes,
das
marés vazantes de humores
e
da lua
que
vigia antes que ilumina.
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