Visitei
a
calçada
de tua casa,
vigiei
a
luz acesa de tua janela,
dormi
torcido
de ciúmes.
Tive
desejo de ser bicho:
gato,
cão,
pássaro,
que contigo convivesse.
Pensei
em
gestos ensandecidos:
punhais,
arsênico,
gás.
Vesti-me
de
todas as maneiras,
deixei
o
cabelo crescer,
cortei
o
cabelo,
usei
bigode
e
fiz
curso
noturno.
Li
poemas de Shakespeare
no
original
porque
o amor
é
de difícil tradução.
(do livro Estrangeiro. Rio: Sette Letras, 1997.)
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