sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Asilo, poema

 


 

 

 


 

 

O país do vizinho

é sempre mais verde,

mais amarelo,

e os bardos não são retumbantes.

 

No país do sonho,

não estarei em solo estrangeiro.

Haverá um coro de maravilhas.

 

Até que me agrada

a diáspora do pensamento

que não me dá a terra dos homens.

 

Não sou de lá, nem de cá.

Em minha Suíça de bolso,

carrego a neutralidade

do espírito de porco espinho.

 

Meu medo é um país inimigo.

É duro você caminhar em guerra,

sem a embaixada dos iguais.

 

Estarei sempre aqui e em outro lugar:

o nunca é o limite dos bárbaros.

Preciso de um salvo-conduto

para habitar o asilo de existir.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário