segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Farinha, poema RCF

 



 







Tudo o que existe se esfarinha.

Tudo o que é férreo

um dia se corrói

que é outra forma de farinha.

 

A memória

tem mais fermento das ilusões

que trigo da razão.

 

Meus olhos são dois buracos negros.

Nada me desassossega

mais que o sossego.

 

 

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