quarta-feira, 19 de junho de 2024

Anatomia dos umbigos, poema

 


 


 

 

 

 

Não quero saber de brasa,

mas do calor;

da tempestade,

mas dos danos;

do vício da plantação,

mas da colheita.

 

Meu coração esbraseia

a cada lava de sangue;

conheço dez lições

para piano

em meio ao vendaval;

e a doçura

da cana brava.

 

Todo meu corpo

está cheio de umbigos

e, a cada um que corto,

um respiradouro

cresce na asma do mundo.

 

 

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