segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O mar e o tempo, poema

 



 

 

 

 

Aqui as traineiras

só sabem dos desvios

do pequeno mar do porto

pois se recusam a sonhar o grande oceano.

 

Dos galhos

da árvore do tempo,

penduram-se

culpas inchadas e maduras,

imersas no apodrecimento lento.

 

Ouvem-se os gemidos das portas,

e logo tudo se cala.

A madeira do silêncio

se estende e se oferece.

 

 

 

 

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