sábado, 6 de dezembro de 2025

A maldição do branco, poema

 










 

 

 

 

 

Estamos

parados numa estação de frio

e de descampados secos,

a vista escorre

pelo capacho marrom

feito de terra,

matéria esquiva e

o desassossego das janelas

cujo vapor não deixa que se veja

os campos errantes lá fora.

 

Sobreviveremos

às chegadas imprevistas,

a estação não dará

o canto miúdo das flores,

o tapete salsaparrilha do outono,

nem o forno dos suores da juventude

e muito menos

o cinzento livro de ponto

com suas entradas e saídas

da maldição do branco.

 

 

 

 

 

 


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