sexta-feira, 5 de abril de 2024

Fogo, poema

 


 


 

 

 

 

Queria antes a frieza

dos olhos de vidro

e a impureza das torrentes

que tudo iguala

na voragem das inquisições.

 

Há labaredas em mim

difíceis de apagar:

a combustão da verdade.

Um dia tudo será cinzas,

até mesmo o resto

que pretendi me sobreviver.

Meu fogo é fátuo

e já abuso

da queima das horas.

Viver é outra

forma de incêndio.

 

 

 

 

 

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