Entre
os versículos
de
que mais gosto
estão
os do profeta
Carlos
que foi um anjo torto.
Os
salmos são
os
de Andrade
que
recitam o desvario
da
cidade
e a
gota de sangue
que
pinga em cada aleluia.
Meus
cânticos
são
do jardineiro
Charles
que cultivava
rosas
do mal.
O
meu Cântico dos cânticos
é o
do cantor cego:
Homero
ou Borges:
um
cantou a guerra,
outro
Ulisses sem mastro
ou
cera de abelha
para
cair na tentação
das
bibliotecas.
Minha
bíblia
é um
evangelho
segundo
João,
não
o Batista,
mas
o do Recife,
primo
de Manuel,
neto
de outro Cabral.
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