O
carro de boi range
na
estrada do sono.
A
luza brinca de pecado.
Ouço
o som rouco da alma.
É
dia na noite.
Os
sonhos vida são
A
pedra,
na
cachoeira,
é indiferente
às mãos da água.
As
juntas do sonho
se
espreguiçam na largueza da alma.
Meus
pensamentos têm músculos
nos braços longos do medo.
Nunca
amanhecerá
nos
cobertores do anonimato.
Nem
mesmo um facho de luz
romperá
a janela tímida
da
rotina.
O
sol negro do pesadelo
coloca
sua mão pesada
sobre
minhas pálpebras inocentes.
Amanhã
não acordarei,
nem haverá depois de amanhã,
todas as tentativas de futuro
se resumirão a um bocejo
antes
do fim.
Talvez
cresça, me torne um homem,
e
me veja no espelho do banheiro,
engravatado
e barba feita,
como
numa foto 3 x 4.
Antes
que a lucidez matutina,
Que tudo
expõe,
Quero o
esconderijo noturno
das
plantas
que
vivem
sem
saber
que
vivem.
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