Uso
botas
que
de tão pesadas
me
aferram mais ao mundo.
Os
passos de botas
não
são marciais,
mas
venusianos
e
pisam a calçada dos anos.
Uso
botas no frio,
flanam
minha desídia em férias.
Quanto
mais ando
mais
retorno
à
minha ortopédica infância.
Os
pés chatos da asma
e a
madrugada
no
respiradouro das horas.
Já
fui bom andarilho
–
quando não tinha dois pés direitos –
e
minhas pernas,
ao
fim e ao cabo,
não
me fincavam
ao
peso da cautela.
O
pêndulo das pernas
me
bota no mundo
com
mais gravidade.
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